A meio-caminho da costa Oeste

Da última vez deixei-vos no comboio de Princeton para Nova Yorque. Já que descrevi as estradas dos Estados Únidos, deixem-me dizer uma palavra acerca dos comboios. Este é um pequeno regional, tipo linha da Azambuja, com três bancos de cada lado do corredor central, hora e meia para 140km de trajecto. O pica aqui fica com o bilhete e entala uma espécie de comprovativo no assento do banco à minha frente, sem uma palavra. Aí o deixo ficar respeitosamente até que pouco antes da chegada ele volta a passar e o leva. Sem tempo para ponderar o funcionamento deste sistema, saio para a « Penn Station », e daí para as muito faladas ruas de Nova Yorque, em busca da entrada de metro certa.

Tratando-se de Nova Yorque, nem valerá a pena descrever… por trás de mim, a estação é apenas mais um prédio, alinhado com tantos outros ao longo da rua. Peões e carros passam à minha frente, atarefados. A umas dezenas de metros, de cada lado, há um cruzamento a ângulo recto com ruas numeradas (32 e 33). Quem os viu viu todos os cruzamentos de Manhattan, malhas do mapa quadriculado. Visto o tamanho dos prédios, as ruas são estreitas, como ravinas a perder de vista. Sigo para o hotel (em Nova Yorque fico num hotel com a minha irmã) em Chinatown. Aqui os edifícios têm tamanho mais humano. A rede de ruas é perturbada pelas vias de acesso à Ponte Manhattan. Do quarto vê-se também o monumento a Confucius e o emaranhado de arranha-céus em volta da câmara municipal.

No dia seguinte descobrimos um pouco mais. Neste bairro os prédios são de tijolo, cada qual com seu tom, de bege a ocre, por vezes com as janelas emolduradas em motivos geométricos ou florais, segundo o capricho do empreiteiro. Ao longo do passeio, as fachadas estão como que cobertas por uma camada de teias de aranha angulosas, que do outro lado da rua, se percebe ser escadas de acesso em ferro forjado, preto ou por vezes pintadas de bege também. Apanhamos o metro para Central Park. Os prédios são maiores novamente, o tijolo deixa lugar a revestimentos de pedra que formam altas fachadas de estilo neo-clássico, janelas flanqueadas de colunas e capitéis umas ao lado das outras, como palacetes europeus que tivessem crescido demais. Mais para o centro do jardim tudo isso desaparece, os esquilos saltam de árvore em árvore e correm pelas ondulações da relva. É aqui que há o famoso memorial a John Lennon, nos Strawberry fields, uma rosácea em mosaico preto e branco com « Imagine » escrito no centro. Perdemos-nos ao atravessar ao longo do comprimento mais curto do rectângulo ocupado pelo parque. Um labirinto de caminhos sinuosos que sobem e descem entre árvores e arbustos cerrados leva-nos finalmente à estátua de Alice no pais das maravilhas. Está sentada numa espécie de cogumelo e escoltada por todos os seus fantásticos amigos, dourados pelo roçar das mãos das crianças que brincam em volta (se bem que no momento em que passamos por aí o acesso à estátua está vedado para limpeza).

Daí para o Metropolitan Museum não demora nada. O cansaço da viagem faz-se sentir, mas damos a volta à secção de « American Art ». Começa com mobília. Aliás, uma das salas é o armazém de obras, todas guardadas em prateleiras de vidro, quase a perder de vista. Como um supermecado de luxo. Noutras, reconstitui-se diferentes decorações de interiores, com papel de parede e quadros nos muros. No que toca a pintura, a inspiração dos artistas europeus é visível, na maior parte dos casos, mas estão também expostos quadros de pintores nómadas que viajavam de cidade em cidade no Far-West, pintando com simplicidade os campos cultivados ou os bairros industriais semeados de altas chaminés fumegantes. Recomende-se também a vista desde o terraço do Museu, que se estende sobre as árvores do parque até ao alinhamento das fachadas que já todos vimos em fotografia, por trás das quais se erguem os arranha-céus mais recentes, o último dos quais é como um estreito empilhamento de cubos que se perde nas nuvens.

De Nova Yorque visitámos também a Ponte de Brooklin, semelhante à de Manhattan com as suas vigas de aço suspensas a um par de cabos que forma uma parábola entre dois pilares entroncados. Daqui vê-se o Empire State Building, de um lado, e a Estátua da Liberdade (parece tão pequena, especialmente a esta distância) do outro. Times Square, com o seu mosaico de monumentais ecrãs piscando anúncios de refrescos ou representações de Music Hall prescinde de mais descrição. Viemos aqui com Salim, um tibetano conhecido da nossa tia, que depois dos pais se refugiarem no Nepal imigrou para cá. Convidou-nos para um jantar no restaurante onde trabalha, um japonês onde comemos como reis (fica a recomendação: Sakagura, perto da ONU). E por último, já sozinho, visito a Biblioteca, com os seus dois leões ladeando a entrada. O interior vale a pena. O Hall central é digno de uma estação de comboios, com um lanço de escadas de pedra de cada lado para aceder ao andar superior. Aí são as salas de leitura, depois de passada uma antecâmara coberta de frescos (imagens ligadas à leitura, nomeadamente uma sala de impressão de um jornal) emoldurados em esculpidos de madeira. No centro está exposta uma Bíblia de Gutemberg.

Nisto já é tempo de me pôr de novo a caminho, mais uma vez de comboio. Apanho um directo de Nova Yorque a Montreal. A sirene da locomotiva apita quase constantemente, avisando da nossa aproximação, enquanto rolamos no meio das florestas densas ou ao longo de lagos e largos rios (já mencionei o quanto me impressiona a natureza selvagem neste país, onde quer que lhe tenha sido deixada a iniciativa). Uma linha eléctrica abandonada corre ao nosso lado durante todo o trajecto, árvores caídas sobre os fios e postes derrubados, numa imagem de abandono descuidado. São 11 horas de viagem, a comparar com 7 horas e meia de autocarro… Isto sem contar com os atrasos: uma hora à passagem da fronteira para uma verificação da alfândega, e uma segunda na parte canadiana da linha, visto que a nossa velocidade foi limitada a 15mph (24km/h) devido ao calor excessivo. Por uma curiosa coincidência, o ar condicionado deixa de funcionar, o que não me incomoda muito visto que em geral me constipa, mas a temperatura sobe sensivelmente. Enfim, fico contente por chegar.

Nisto, passo para francês, língua deste quase país que é o Quebeque, onde visitarei Montreal e Quebec ville antes de seguir para Toronto, Grand Rapids (Michigan) e por fim Cannon Falls, onde ainda me encontro.

 

Après avoir visité New York (qui de toute façon se passe de description si vous n’avez pas pu lire les paragraphes qui précèdent), j’arrive à Montréal par le train (franchement un moyen de locomotion qui a une large marge d’amélioration sur ce continent, pour l’instant on jouit du charme suranné de ce convoi de wagons tremblant et sifflant le long d’une vieille ligne de poteaux électriques en bois) le 30 Juin.

J’y retrouve Daniel, un des deux compagnons de traversée, ainsi que Tim, un impeccable Libanais que j’avais rencontré voilà quelques mois sur les remparts du Château de São Jorge, à Lisbonne. Il va laisser son appartement à Daniel tout bientôt, et entre-temps nous a recommandé à une amie, Martine, qui nous accueille dans sa maison près de Charlevoix, au Sud-Ouest de la ville. C’est à deux pas du Canal de Lachine, le long duquel nous partons le lendemain pour une longue promenade à vélo (la ville a un service de vélos en libre-service, type Vélib, pour un prix modique). Le passé industriel de la ville est visible dans les vieux silos et moulins abandonnés. L’un d’entre eux a été pris d’assaut par des grapheurs, leurs peintures alternent avec les murs en brique vieillissants, coiffés par des structures métalliques rouillées et quelques buissons intrépides. Descendant le canal, on arrive au « Vieux Port », où un cargo désaffecté rappelle aussi l’activité passée, lorsque les bateaux venant du Saint-Laurent venaient ici se décharger dans les barges qui montaient plus loin à l’intérieur du pays. Les berges sont aménagées en parcs, devant des maisons à quelques étages. Au-dessus, la ville monte avec ses immeubles de béton et ses clochers. Encore derrière c’est le Mont Royal, qui a donné son nom à la ville, grande colline boisée, habitée d’écureuils (toujours) et de ratons-laveurs, depuis laquelle on a la vue sur le centre-ville, le Saint-Laurent, et l’autre rive, verdoyante, tandis que des pianistes plus ou moins doués se succèdent sur un piano rouge et jaune.

Les préparatifs pour la fête du Canada vont bon train, la scène est montée. En ville, le quartier des arts est bouclé pour le Festival International de Jazz de Montréal. La semaine dernière, c’était la fête nationale du Québec, la semaine prochaine s’annonce le festival des cultures africaines. Les cultures Sud-Africaines ont aussi leur heure, avec un défilé au centre-ville auquel nous assistons en pique-niquant. Un festival de cirque en plein air doit avoir lieu tout bientôt, tandis que chaque mercredi et samedi soir, un feu d’artifice d’une demi-heure est tiré sur le Saint-Laurent pour l' »Internationale des Feux » (nous y allons avec Martine). Bref, dans ce pays qui doit se réfugier tout l’hiver dans les galeries souterraines qui relient les stations de métro aux principaux supermarchés, musées ou établissements publics, il n’est pas question de gaspiller une seconde de l’été. Et pourtant, paradoxalement, les foules qui viennent s’assembler au pied des différentes scènes de la ville me font l’effet d’être très contemplatives. Peu de danse, de cris, d’enthousiasme, juste des applaudissements entre chaque chanson.

Puis vient le moment de repartir pour Québec ville. J’ai renoncé à l’auto-stop, malgré l’expérience de Daniel, qui a pu arriver jusqu’à Toronto en jouant du pouce il y a quelques jours. C’est que je ne voudrais pas arriver trop tard, et Aline, mon ex-colloc à Lausanne qui m’invite ici, a prévu d’aller assister à l’arrivée de sa cousine qui traverse le Saint-Laurent à la nage. C’est donc en covoiturage (avec les deux autres passagers et le conducteur complètement silencieux, malgré mes tentatives de démarrer la conversation) que j’arrive, pour aussitôt repartir vers l’autre rive d’où je vois pour la première fois Quebec, étalée sur et autour de sa colline allongée, le château Frontenac avec sa tour au toit en tôle découpée sur le ciel, perché en haut de la pente d’un côté. Les nageurs arrivent un par un, après une demi-heure à une heure d’effort, et viennent partager avec nous le sanglier rôti et les « hot-dogs ».

Québec est la plus longue étape jusqu’à ce moment. Pendant dix jours, Aline me fait visiter la ville et la nature alentour, et nous profitons aussi du Festival d’Été de Québec (encore un festival) qui voit plusieurs dizaines de milliers de personnes se réunir sur les pelouses des plaines d’Abraham, un des plus grand parterres de concert du monde, et quelques milliers devant d’autres scènes plus petites au centre-ville. La première étape, incontournable, c’est la Chute de Montmorency. Pas aussi large que celles du Niagara, mais plus haute, elle soulève un nuage de brume où l’on peut voir un arc-en-ciel, depuis la passerelle qui survole la rivière. Sur la gauche (l’Est, sauf erreur), le flanc de la montagne est en stries d’ardoise, vaste pente aride. Sur la droite, c’est la forêt. En face, l’autoroute, le Saint-Laurent et l’île d’Orléans, cultivée de fraises, pommiers et érables, que nous visitons quelques jours plus tard.

Nous nous promenons dans la Haute-Ville, autour du Parlement et des Cathédrales (anglicane et catholique). Les maisons me font penser à des plots de construction, avec des façades en brique et des toits de tôle en forte pente (pour éviter l’accumulation de neige). Une visite du Musée de la Civilisation m’apprend que, bien avant sa découverte officielle, le Québec était utilisé comme base par les Basques (d’Espagne) pour la chasse à la baleine. Après les basques sont venus les Français, puis la France a dû abandonner à l’Angleterre cette colonie, qui entre-temps avait été militairement envahie. Les anglais, pour éviter un soulèvement comme celui qui leur a fait perdre les États-Unis, ont pris soin de respecter la culture française, et ça a marché… Le Québec, province du Canada, a encore pour Chef d’État la reine Elizabeth. Tout ceci plus ou moins au mépris des populations locales, les Premières Nations, qui semblent à présent reprendre un peu les rênes de leur propre développement (d’après une autre exposition du même musée du moins), bien que beaucoup aie été définitivement perdu pendant quelques décennies d’intense exploitation des ressources naturelles qui formaient leur milieu de vie et leur subsistance (en commençant par l’intensive chasse au castor – qui servait à fabriquer les fameux tricornes français en feutre, et en terminant par le chamboulement des grandes rivières du Nord pour produire l’électricité qui alimente la province à 96% – simple constat, je ne me lancerait pas ici dans une discussion sur l’importance relative de réduire les émissions liées à l’énergie fossile et le respect de l’environnement et des coutumes locales).

En parlant d’environnement, les Québécois ne sont pas très vélo, mais Aline a pu me prêter celui de son père, avec lequel je suis parti explorer les pistes cyclables du coin, pour changer des ballades invariablement en voiture, indispensable vu l’extension des banlieues. Le plus dépaysant pour moi aura été d’accompagner Aline et sa petite soeur, prenant la voiture pour aller au Drive-In d’un fast food à cinq minutes pour acheter, sans quitter la voiture, de quoi grignoter ensuite à la maison. Il s’est avéré que les pistes cyclables, si elles ne sont pas très fréquentées, n’en sont pas moins très agréables, traversant de petits bois le long de rivières et de cascades, jusqu’à l’arrivée près de la ville. Puis on passe sous les échangeurs d’autoroute et le long des voies d’approvisionnement de l’usine à papier, dans un décor de film d’action, des piliers en béton à perte de vue supportant le tablier d’autoroute sous lequel circulent, menaçants, d’interminables trains de marchandises. Puis on arrive à la Basse-Ville, et de là il faudrait monter sec pour les dernières centaines de mètres en ville, mais il est temps pour moi de rentrer par où je suis venu.

Un dernier souvenir de la ville, le parcours des remparts. Québec était une ville fortifiée (ce qui ne lui a pas évité d’être envahie, une erreur tactique, les troupes sont sorties pour affronter les Anglais sur les Plaines d’Abraham, en une bataille qui a tourné au désastre), et les remparts sont toujours là, bien qu’un peu encaissés entre les constructions plus récentes. Le sommet est gazonné, et on peut le parcourir entre la citadelle (type Vauban) et presque la gare. Je me pose à l’extrémité de la gare, seul endroit d’où l’on voit un peu d’horizon. Le Soleil couchant est superbe, et éclaire le bâtiment, un empilement de toits et de tourelles en brique, en pierre blanche et en tôle qui se détache du reste des immeubles. Le lendemain, il faut repartir pour Montréal (après une partie de « Fun Golf » avec Aline, ses sœurs et sa cousine). Comme pour l’aller, j’ai trouvé un covoiturage, cette fois avec une conductrice joviale qui m’interroge en long et en large sur mon voyage pour pouvoir faire un rapport à sa nièce, qui aimerait se mettre en route aussi.

Je ne reviens pas longuement sur Montréal, où je passe encore deux jours chez Daniel (qui a repris la chambre de Tim). Le temps d’assister à un spectacle de danse contemporaine et musique populaire sur la pelouse d’un parc, un autre spectacle de cirque, également en plein air, et de visiter le campus olympique. Là-dessus, je reprends un « covoit » pour Toronto – ce sera le dernier sur ce continent, vu qu’il n’y a pas vraiment de covoiturage aux États-Unis, où je vais ensuite: Grand Rapids, dans l’état de Michigan, puis Cannon Falls, au Minnesota, où je suis en ce moment.

 

I took a shared ride from Montreal to Toronto, after visiting Quebec and, before that, New York as told in the previous paragraphs. Of Toronto I don’t see much, as I’m only staying for 24h, during which I booked a guided tour to the Niagara Falls. In the morning, for breakfast, I meet Andrew (as always, a fictional name), a German fellow, travelling to Hawaii where he has done a university semester some time ago. He’s also staying for a short time, and has also booked the Niagara Falls Tour, so we’re not alone anymore (I had been told that it is more unlikely to be alone than unaccompanied during such travels, and that has proven to be quite true so far). Before we get to the Falls, the bus stops at an educational winery where we are given Ice Wine to taste, a wine made from grapes that were harvested after they froze on the vines, very sweet. A few minutes later, we get to Niagara Falls. On our left, the river, with a unique green color (as the guide repeatedly emphasizes) and the falls themselves, three of them, impressive. On our right, the town, turned into a theme park with its SkyWheel, ghost houses and fast-foods, besides skyscraper hotels and casinos.

When exiting the bus we first grab something to eat. So we integrate into the money pump that the falls are for the town (and the fast-food chains that have invaded it). Afterwards we try to focus on the left side and go for a walk along the river. The crowd is not so dense that we can’t occasionally lean on the gate that protects the top of the cliff and admire the falling foam. Way below, boats full of tourists go back and forth between a pier and the center of the horseshoe fall (the most known one, on the Canadian side). Because you ought to be protected from the water, everyone wears the same colorful raincoat. And because this is a border, on half of the boats all coats are red, and on the other half it’s a blue cheering crowd that travels, so that in case of an accident the rescuers know to what country bring the victims. Overall an interesting experience… A last stop of the bus is in Niagara by the Lake, on lake Ontario, one of the oldest cities in Canada. The streets here are still quite authentic, with small wooden painted houses. We find a park on the lake shore from  where we can see Toronto’s skyline, the sky is quite clear.

That evening, we still have time to bike around the city (there is a public bike system as in Montreal), along the lake and at the bottom of the emblematic TV tower. Then at 1am, it’s time for me to take the bus to Grand Rapids, where I’m staying next. We cross the border in Detroit, which I would have liked to visit as I heard they are doing a good job with urban planning and urban farms after the industrial decline, but that will have to be next time. John, a friend of my sister, is hosting me in Grand Rapids, with his daughter and his wife. The setup is a typical US periphery house, with a small garden and pool (and a couple of cars). We attend a BBQ party at one of his friend’s place, where discussion goes on politics. All are expats, from Sweden mainly, so the ones who are most aware of the issues might be the children, who actually participate in debates and election simulations at school. John also invites me for a kayak tour on a lake nearby, where we paddle for about one hour. I am able to borrow again a bike to go downtown, which is more animated than what I expected, with a crowd of inhabitants enjoying the sun outdoors. And two days after, I’m leaving to Cannon Falls, where I am now.

I take first a train to Chicago, which arrives one hour late. Fortunately I had 3 hours of connection, so I’m still able to walk for a while in the city, which for the design is similar to New York, with it’s perpendicular, relatively narrow, streets between skyscrapers. But here there are some water channels and the emblematic elevated train lines. I’m afraid I missed the famous Chicago Pizza, but my backpack wouldn’t allow me much more research, and I just ate a conventional one before boarding again. I took the « Empire Builder », a train running once a day to connect Chicago to Seattle and Portland. The standard is similar to that of European night trains (only there is no day train at all, even on smaller parts of the route). I leave before the night, though, after a travel along the Mississippi (I didn’t know the Mississippi starts this far north before flowing all the way down to Texas). The sun is setting, the shallow waters are golden in between green islands. My neighbor, Alex, likes the view, but not the travel. Far too long and uncomfortable (though less than it would be by car, he says). I discover that he is still in high school, and wants to enter the Marines. Why, I ask? Well, he as a friend who is enlisted and he thinks that this friend is an inspiring example to follow. Now I know how enrollment works here…

Upon arrival, Maya picks me up at the station to take me to her parents’ place, where I have spent the last three weeks. There was be farming, canoeing, swinging, and more, which I will tell next time. See you!

1 réflexion sur « A meio-caminho da costa Oeste »

  1. Après un été pratiquement sans net et les urgences de la rentrée, je viens seulement de lire ce post. En me réjouissant beaucoup d’en lire bientôt plus, sachant que tu es de nouveau sur la terre ferme, depuis peu. Superbe, de pouvoir voyager avec toi en te lisant.

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