Archives par mot-clé : China

On and off the Silk Road and the Transiberian

I can’t resist starting this post with another train. But this time it won’t be for the jokes. More precisely, with a station. One in the very middle of Asia, surrounded by hostile and desolated landscapes. A huge one like most in this country, all modern and design. I allowed some extra time to reach my platform.

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A difícil despedida à Ásia do Sul-Este

Aqui estou de volta aos comboios chineses, às suas paisagens deslumbrantes (ainda que enevoadas) de campos de arroz em socalcos, vales silvestres e penedos rochosos, à amena mas incompreensível cavaqueira dos companheiros de viagem e à barulheira por vezes ensurdecedora. Para além da intermitente rádio de fundo e depois das vendas de refeições que passaram com o seu vozeirão esteve agora aqui, por um bocado, um exaltado de fato e camisa « smart casual » a vender escovas de dentes « carbono e bamboo » (a única coisa que consigo perceber da embalagem). E não é que este « Sr. Oliveira da Figueira » me conseguiu impingir 4, juntamente a metade da carruagem? Com isto estou equipado até ao fim da viagem, talvez mais além se cumprirem as promessas sem dúvida miríficas que ele fez. Mais tarde voltou com uma máquina de barbear à prova de água com lanterna incorporada e… luz ultravioleta para verificar a autenticidade de notas do banco. Por essa altura estavamos a atravessar os campos de « Flor do Sichuan » (da qual se produz um óleo picante) e deixei-me distrair pelas fofas almofadas amarelas espalhadas onde desse lá fora, no fundo dos vales, nas vertentes menos abruptas, no cimo das colinas, ao longo dos rios e caminhos, entre as casas ou nas clareiras. Continuer la lecture de A difícil despedida à Ásia do Sul-Este

Tribulações de um português num comboio chinês

Que cena! Este é o 11º comboio que apanho na China, mas esta ainda não me tinha acontecido. Como de costume não tinha lugar reservado, tendo chegado à estação em cima da hora. Como estou a fazer um voluntariado em Chengdu, meu destino, e não queria arriscar chegar em modo zombie, decidi-me a pedir uma « cama dura », já dentro do comboio. Digo « arriscar » porque acabei sempre por passar uma noite aceitável, num ou vários assento(s) não ocupado(s) ou na minha cadeirinha dobrável comprada nos primeiros dias em Beijing. Mas desta vez deixei a minha fiel cadeira em Chengdu para ir visitar o Yvan, um amigo de Paris em viajem a Shanghai, e o trajecto de regresso deve levar 28 horas. Portanto lá fui bater à porta da revisora depois de perceber que o cortejo de outros passageiros que tinham feito fila a essa porta vinham fazer o mesmo. E com uma expressiva mímica pedi uma cama. Nisto passam-me quatro bilhetes, para além do que  já tenho, e enviam-me para uma carruagem de camas. Instalo-me, engano-me na cama, uma estação mais tarde tenho que passar as coisas para a cama de cima. Ainda é dia, tudo bem. Põe-se o sol e preparo-me para me deitar. E nisto vem a pica que me faz perceber que tenho que passar para uma outra carruagem mais para trás. Já não restam dúvidas, paguei para quatro camas em quatro porções de trajecto. O que não seria demasiado mau se a próxima mudança não fosse às 3:30 da manhã, possivelmente a pior hora… Não será a pior noite, mas não a melhor (na melhor dormi tão bem que me roubaram um saco). Mas deixemo-nos de parênteses e voltemos aonde vos tinha deixado no último post…

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